29 de jul. de 2011

Amanhecer

O dia acordou tão triste
que resolvi enroscar-me no lençol
e fingi estar dormindo.

Ouvi, meu pai lá fora, dizer
que a cerra cachimbava debaixo do nevoeiro
e que o sol nasceria alto.

Nada poderia ser mais desanimador
para sair da rede
que um amanhecer de chuva.

Mas, era domingo...
E o dia ansiava para radiar
minha alegria de moleque vadio.



- Eu queria vadiar nos olhos do tempo.

22 de jul. de 2011

Filosofia de inutilidades

Durante a minha
trajetória de barco
naveguei mares infindos
cruzei torrentes
e colhi tempestades.
Por muitas vezes morri
por muitas vezes
ressuscitei sargaço
aprendi, no entanto,
que para viver plenitude
basta a simplicidade dos musgos
e a ternura de um rio.

7 de jul. de 2011

LIVRO DO POETA JOSÉ BENEDITO DE BRITO SERÁ LANÇADO EM AGOSTO DE 2011



O poeta José BENEdito de Brito se prepara para lançar, em agosto próximo, seu Livro de estréia Caminhos diVersos, uma coleção de 41 poemas, de sua autoria, selecionados pelo escritor paulista Edson Gabriel Garcia, o qual assina o prefácio. Ao ler Caminhos diVersos, afirma Edson Gabriel, “... Não há como ficar vazio de significações na leitura dos seus poemas. Lavrador persistente, vai dando à terra suas palavras plásticas. E para nós a certeza de que é nossa a dor que de fato é sua (escrever dói...). Não há tampouco resignação nas entranhas de seus versos. Nem pode haver, pois ali pinceis pintam para o vento, a ternura de garças estica o horizonte e a natureza singra versos na correnteza da alma. A beleza das imagens dos seus escritos tem a imediata naturalidade do cio animal e a firme determinação de quem sabe onde quer chegar”...

Seduzido pelo universo literário, Bené como é conhecido entre os amigos, passou a burilar versos com o intuito de brincar de empinar palavras, exercício que resultou num conjunto de quatro livros de poesia, dois livros de contos e um romance ainda inéditos.

Sua obra começou a ganhar asas a partir dos eventos promovidos pelo Programa Prazer em Ler, nos quais sempre brindou o público constituído por mediadores de leitura e escritores de distintos lugares do Brasil, com a beleza de seus “versos de inutilidades”, como ele próprio os descreve. Estimulado pelos amigos, especialmente os escritores Antonio Gil Neto e Edson Gabriel Garcia, o poeta deixou que sua produção ecoasse pelos ouvidos do mundo, e, não demorou, tendo inclusive um dos seus poemas, Canção de partir, contemplado no 56º volume da Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, publicada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, ocasião em que teve um dos seus contos de estréia O Plantio, publicado pela mesma instituição, na antologia Novos Talentos do Conto Brasileiro, edição especial de 2009.

Nascido aos 04 de novembro de 1967, Bené é natural de Arapiraca, estado de Alagoas onde viveu até 1995 trabalhando na agricultura com sua família. É graduado e Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e reside em João Pessoa, lugar que escolheu para constituir família e viver pescando palavras e tanger versos.

6 de jun. de 2011

Cidadão global

Era por demais pretensioso
Queria para si o mundo inteiro
E por tal ambição não se fatigava
Devorava as previsões do The New York Times
Aplicava o tempo na bolsa de Tóquio
Consumia as horas com uísque escocês
Tragava os minutos com charutos cubanos
Jogava a sorte nos cassinos de Mônaco
Num apartamento em Abu Dhabi
Fora encontrado enforcado
No pescoço as cordas de um Rolex Daytona
O relógio marcava zero hora