1 de jan. de 2011

Ermos

Não tenho destino
Tenho saudades
Não tenho razões
Tenho paixões
Não tenho certezas
Tenho esperanças
de ser feliz contigo em 2011.

Tereza Balai

Tereza Balai vivia na nossa infância.
Era doida de não ser ninguém
Desandava o mundo inteiro
Com sua trouxa suja de trapos.
 - Oia, lá vem a Tereza Balai!
- Vamos mexer com ela!
- Vamos. Cutuca o rabo dela!
Sua ira disparava, sem direção:
Paus, pedras, cacos e pulhas
Gestos obscenos não nos eram poupados
Tudo a se perder no ar de nossa infância.
Tereza Balai era rica de dizer indecências
Sua língua tapava o ouvido do mundo
E nós, os moleques, vagabundeando
Gostava que o mundo gozasse si rindo dela.

José BENEdito de BRITO