9 de out. de 2012


CORAÇÃO

Estranho esse tal coração.
Vive dentro da gente
e parece não nos pertencer.
Sim.
Descobri outro dia,
e por acaso,
que ele estava apaixonado.
Apaixonadíssimo quão os musgos
que se prendem as pedras.
Não me dissera...
Percebi ditoso sentimento
quando, certo dia, flagrei-me
distraído a chorar pelas ruas.
Minha cabeça em desvario
e o peito em lavas.
Ah, insensato coração!
Não vês quanto estrago me causas!
Não vês que meu peito,
ainda dilacerado, não cabe outro alguém?
E agora, o que fazer,
se esse alguém por quem deliras,
não se prende a tal paixão?



José Benedito de Brito