19 de nov. de 2010

Poema indecente


Sou desvirtuoso no estilo
Um ser indecente por natureza
Me apraz despir palavras
Para gozar nelas compreensão
Só os vagabundos sabem
Poesia é tudo o que não faço
Meu poema é torto de metrificar
Quem vive de literatura é livreiro
                     - ouvi dizer
Poetas vivem fantasiando
A inutilidade é uma divindade dos deuses
Poetas são divindades
Eu sou um moleque vadio
brincando de empinar palavras

                             
                                     José BENEdito de BRITO

Canção de partir

Gruda-te a mim
qual musgo
gruda-se às pedras.
Não te afastes, jamais
com essa pressa de rio
que tece corredeiras.
Não me deixes naufragar
no abismo de tua ausência.
Não me fites nos olhos
com esse olhar
de quem ficou no cais...
E não te parta de tristezas
ao partir-me os olhos.

                   José BENEdito de BRITO

18 de nov. de 2010

Monumento

Praça Pedro Américo
onde o cú dos pardais
orvalham o poeta
do hediondo.

            José BENEdito de BRITO