O sapo propôs a cigarra
fazerem juntos, um coral
desconfiada a cigarra exclamou:
eeeeeeeesisisisisisisisisisisisisisi!!!!
No vadio do amanhecer me reconheço, até os sapos me cantam. Sou consumista de palavras. Na arte de ser humilde, sou um fracasso de Deus. Não sou belo em matéria. A beleza é uma coisa feia de se ver aos vermes. Tenho pena de pássaros. Tudo para mim é nada. Estupidez é não querer ser coisa alguma. Sou alguma coisa em processo.
19 de dez. de 2010
Poema de goiabeira
Uma faca de madeira
Um pedaço de cordão
Um galho de goiabeira
E moldei o meu pinhão
Eu cortei a goiabeira
Não foi por maldade não
Foi pra fazer brincadeira
Pra brincar no são João.
Roda mundo, roda pinhão
Roda vida na poeira
Roda pé de goiabeira
Roda aqui na minha mão.
Um pedaço de cordão
Um galho de goiabeira
E moldei o meu pinhão
Eu cortei a goiabeira
Não foi por maldade não
Foi pra fazer brincadeira
Pra brincar no são João.
Roda mundo, roda pinhão
Roda vida na poeira
Roda pé de goiabeira
Roda aqui na minha mão.
11 de dez. de 2010
Um fio nos olhos
A saudade partiu
quando ela chegou.
Guardo nos olhos
o fio de esperança
que ela me deixou
preso a um sorriso.
Um livro na mão
um beijo no rosto
um pulsar no peito
e uma frase solta.
Tão descontraída
tão sincera
tão meiga
tão mulher!
Cabelos ao vento,
ela partiu, partindo-me.
quando ela chegou.
Guardo nos olhos
o fio de esperança
que ela me deixou
preso a um sorriso.
Um livro na mão
um beijo no rosto
um pulsar no peito
e uma frase solta.
Tão descontraída
tão sincera
tão meiga
tão mulher!
Cabelos ao vento,
ela partiu, partindo-me.
4 de dez. de 2010
Navegar
Jogar-se ao mar,
mergulhar no abissal,
ancorar no teu peito.
Navegar...
a procura do cais
dos teus braços.
Eu, barco à deriva,
navego...
sem bússola
e cartas de marear,
por ti, eu, nau perdida.
mergulhar no abissal,
ancorar no teu peito.
Navegar...
a procura do cais
dos teus braços.
Eu, barco à deriva,
navego...
sem bússola
e cartas de marear,
por ti, eu, nau perdida.
2 de dez. de 2010
Varadouro
Lugar onde os escombros
Vagueiam pelas ruas
E os casarões se mijam
De bêbedos e mendigos
Lugar onde o sol se deita
E se abraça com o rio
E com o orvalho se espelha
D água para o amanhecer
Varadouro histórico de abandonos
Onde ainda pousa verde
Uma esperança no entulho
Das retinas dos meus olhos
Vagueiam pelas ruas
E os casarões se mijam
De bêbedos e mendigos
Lugar onde o sol se deita
E se abraça com o rio
E com o orvalho se espelha
D água para o amanhecer
Varadouro histórico de abandonos
Onde ainda pousa verde
Uma esperança no entulho
Das retinas dos meus olhos
25 de nov. de 2010
Des-saber
Na ilusão de me convencer
de que aprendi um saber,
disfarço meu não saber em versos
e descubro outro saber:
o saber de que preciso reaprender
aquilo por mim já sabido.
de que aprendi um saber,
disfarço meu não saber em versos
e descubro outro saber:
o saber de que preciso reaprender
aquilo por mim já sabido.
24 de nov. de 2010
De que sentes saudades?
João Pessoa...
Não da praça Atenor Navarro...
Não dos turistas, sedentos...
Não do Hotel Tambaú,
Não das damas metálicas...
Não do Shopping Manaíra!
Não do Farol do Cabo Branco!
Não da Praia do Jacaré.
João Pessoa, que sinto saudades...
João Pessoa,
Não a cidade de gala,
Mas, das praças.
- Praças da gala.
Do Mercado Central,
onde se bebe o suor
e cuspe-se aguardentes!
Onde se carrega a cidade
não a cidade da costa,
mas, a cidade nas costas.
João Pessoa!
In´felicidade...
Da Lagoa, seis horas da tarde...
Dos pontos de ônibus, cheio de almas...
Hora da fadiga
Seu José que o diga – embrutecido!
Hora de voltar pra casa, descansar.
Num seio menos enrijecido...
João Pessoa.
Sim. Cidade das acácias...
Não da catedral;
Mas, dos boêmios catedráticos...
Dos amantes, diamantes da noite!
Não dos meninos de rua!
Mas, das ruas dos meninos...
Saudades... Saudades de ti!
Não da praça Atenor Navarro...
Não dos turistas, sedentos...
Não do Hotel Tambaú,
Não das damas metálicas...
Não do Shopping Manaíra!
Não do Farol do Cabo Branco!
Não da Praia do Jacaré.
João Pessoa, que sinto saudades...
João Pessoa,
Não a cidade de gala,
Mas, das praças.
- Praças da gala.
Do Mercado Central,
onde se bebe o suor
e cuspe-se aguardentes!
Onde se carrega a cidade
não a cidade da costa,
mas, a cidade nas costas.
João Pessoa!
In´felicidade...
Da Lagoa, seis horas da tarde...
Dos pontos de ônibus, cheio de almas...
Hora da fadiga
Seu José que o diga – embrutecido!
Hora de voltar pra casa, descansar.
Num seio menos enrijecido...
João Pessoa.
Sim. Cidade das acácias...
Não da catedral;
Mas, dos boêmios catedráticos...
Dos amantes, diamantes da noite!
Não dos meninos de rua!
Mas, das ruas dos meninos...
Saudades... Saudades de ti!
Chegas
Chegas...
Calmo e leve
e com ternura invades-me.
Embriagas-me com doçuras
e com a pele inflamas-me.
Despes-te,
despes-me.
Sacias-te e vais...
Estranho e insensível
como um gatuno.
Inexorável, indiferente
a tudo que me ocorreu,
simplesmente vais...
nada pergunto!
nada digo, nada!
Quedo-me calada!
No silêncio de meu pesar
na minha inquietação
e mágoa, assim como uma flor,
que ao desabrochar morreu.
Calmo e leve
e com ternura invades-me.
Embriagas-me com doçuras
e com a pele inflamas-me.
Despes-te,
despes-me.
Sacias-te e vais...
Estranho e insensível
como um gatuno.
Inexorável, indiferente
a tudo que me ocorreu,
simplesmente vais...
nada pergunto!
nada digo, nada!
Quedo-me calada!
No silêncio de meu pesar
na minha inquietação
e mágoa, assim como uma flor,
que ao desabrochar morreu.
Bernardo
Não conheci Bernardo.
Só o vi em poesia.
Mas dele fiquei tão Íntimo
que posso ouvir seu silêncio
no regozijo das árvores.
Ouço sua ternura de garça
a esticar o horizonte.
Só o vi em poesia.
Mas dele fiquei tão Íntimo
que posso ouvir seu silêncio
no regozijo das árvores.
Ouço sua ternura de garça
a esticar o horizonte.
Porto do Capim
Porto do Capim
Onde o horizonte se esconde
E as linhas do passado
Se roçam no abandono
Por ti atravessou o tempo
Em ti ancoram-se vermes
Porto do Capim
Porto sem ancoradouro
O ver do estúpido deturpa tua paisagem
Onde o horizonte se esconde
E as linhas do passado
Se roçam no abandono
Por ti atravessou o tempo
Em ti ancoram-se vermes
Porto do Capim
Porto sem ancoradouro
O ver do estúpido deturpa tua paisagem
19 de nov. de 2010
Poema indecente
Sou desvirtuoso no estilo
Um ser indecente por natureza
Me apraz despir palavras
Para gozar nelas compreensão
Só os vagabundos sabem
Poesia é tudo o que não faço
Meu poema é torto de metrificar
Quem vive de literatura é livreiro
- ouvi dizer
Poetas vivem fantasiando
A inutilidade é uma divindade dos deuses
Poetas são divindades
Eu sou um moleque vadio
brincando de empinar palavras
José BENEdito de BRITO
Canção de partir
Gruda-te a mim
qual musgo
gruda-se às pedras.
Não te afastes, jamais
com essa pressa de rio
que tece corredeiras.
Não me deixes naufragar
no abismo de tua ausência.
Não me fites nos olhos
com esse olhar
de quem ficou no cais...
E não te parta de tristezas
ao partir-me os olhos.
José BENEdito de BRITO
18 de nov. de 2010
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