Tereza Balai vivia na nossa infância.
Era doida de não ser ninguém
Desandava o mundo inteiro
Com sua trouxa suja de trapos.
- Oia, lá vem a Tereza Balai!
- Vamos mexer com ela!
- Vamos. Cutuca o rabo dela!
Sua ira disparava, sem direção:
Paus, pedras, cacos e pulhas
Gestos obscenos não nos eram poupados
Tudo a se perder no ar de nossa infância.
Tereza Balai era rica de dizer indecências
Sua língua tapava o ouvido do mundo
E nós, os moleques, vagabundeando
Gostava que o mundo gozasse si rindo dela.
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